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Relacionamento Abusivo

Um relacionamento é tido como abusivo quando uma das partes pratica abusos e a outra é submetida. O abusador exerce poder moral sobre o outro. Como a nossa cultura é machista, é mais comum o homem subjugar a mulher, mas o inverso também pode acontecer, assim como entre casais homossexuais. Também é possível que, no casal, ambos sejam abusivos entre si.

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O relacionamento abusivo é caracterizado por jogo de controle, violência e ciúme. É difícil a pessoa perceber que está passando por isso, até porque o ciúme foi naturalizado socialmente, é comum que ele seja confundido como demonstração de amor. Porém os abusos podem começar com pequenas privações de liberdade do parceiro que parecem um tanto quanto inofensivas, como exemplos, “não gosto que você fale com tal pessoa”, “não quero que você tenha redes sociais”, “você não vai sair comigo vestindo essa saia”.  Agressões, desentendimentos e humilhações vão se tornando constantes e a culpa nunca é dele. Atenção aos sinais!

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Ciúme de você com sua família, amigos e colegas de trabalho. Tentativa de te isolar desses grupos e acusações de traição. O abusador pergunta onde você estava e com quem de forma acusadora. O abusivo quer ser o centro das atenções e acha que está sempre certo, quer sair por cima e para isso, xinga se preciso. Faz o outro sentir se fraco para que assim não o deixe, já que “precisa” dele. É comum que o abusador peça desculpa e prometa mudança, o que mantém a parceria ali, a espera da tão sonhada mudança de comportamento que não chega. Outro comportamento comum do abusador é punir a parceria de diferentes formas, como exemplos,  privação de sexo, de intimidade emocional e ficar sem falar quando não consegue as coisas do seu jeito. 

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Quando a submetida depende financeiramente do abusador, sair da relação fica ainda mais difícil por conta da dependência econômica e o dinheiro também pode ser utilizado como ferramenta de controle do parceiro, que priva e chega até a deixar que ela passe necessidades básicas morando sob o mesmo teto. O extremo do relacionamento abusivo é a agressão física e um pouquinho antes dela vem comportamentos que ameaçam o outro, como encurralar, gritar, quebrar objetos e rasgar roupas do armário da pessoa. O final mais trágico e não incomum do relacionamento abusivo é o assassinato do parceiro, o feminicídio é o que mais acontece, fomentados pela ideia de posse da parceira e por pensamentos do tipo “se não vai ser minha, não será de mais ninguém”.

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A pessoa que está com sua estrutura fragilizada, ou seja, baixa auto estima, sem auto confiança e falta de amor próprio, é quem entra e permanece em um relacionamento abusivo. Portanto, só conseguirá sair dessa situação quando se fortalecer, até porque se não houver essa mudança interna, é enorme a probabilidade de sair deste e entrar em outro relacionamento com a mesma dinâmica abusiva. Já viu algo parecido? Não é coincidência, não é o chamado “dedo podre”, nós escolhemos de quem gostamos de forma consciente e/ou inconsciente. É preciso se amar muito para exigir o mínimo de respeito do outro.

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Por outro lado, o abusador também tem a estrutura psicológica extremamente fragilizada e por isso age assim. Teme o tempo todo ser traído, enganado e derrotado pelo outro, o que também são reflexos de baixa auto estima e auto confiança. Essa pessoa precisa de uma terapia de médio a longo prazo para que se entenda e reveja seus comportamentos, mas só buscará ajuda se reconhecer minimamente que há algo errado com ele. É muito difícil que um relacionamento abusivo mude sem que os dois ou pelo menos o abusador se proponha a fazer terapia.

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