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Conflito de gerações  

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É frequente ouvir algum idoso dizer "no meu tempo não era assim", referindo-se a algo que ele considera que era muito melhor na época dele. Os casamentos duravam, as crianças respeitavam seus pais, não havia tanto consumismo, as mulheres se valorizavam mais, etc.
No entanto não é tão difícil encontrar um idoso que reconheça mudanças sociais positivas ao longo desses anos. Afinal os tempos mudaram, as circunstâncias e o pensamento das pessoas também. É difícil e desnecessário decidir se o tempo antigo foi melhor que o moderno ou vice versa, fato é que a sociedade precisou passar por um para chegar ao outro, é histórico.

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É frequente ouvir algum idoso dizer "no meu tempo não era assim", referindo-se a algo que ele considera que era muito melhor na época dele. Os casamentos duravam, as crianças respeitavam seus pais, não havia tanto consumismo, as mulheres se valorizavam mais, etc. No entanto não é tão difícil encontrar um idoso que reconheça mudanças sociais positivas ao longo desses anos. Afinal os tempos mudaram, as circunstâncias e o pensamento das pessoas também. É difícil e desnecessário decidir se o tempo antigo foi melhor que o moderno ou vice versa, fato é que a sociedade precisou passar por um para chegar ao outro, é histórico.


Porém para que a história tenha seu devido valor, vale a pena nos questionarmos sobre ela e tirar aprendizados. Porque será que os casamentos duravam mais? Há de se considerar que as mulheres não trabalhavam, por isso dependiam de seus maridos e não podiam ao menos pensar em separação, além de saberem o quanto era descriminada uma mulher que naquela época ousava tal iniciativa. As crianças respeitavam seus pais, mas a maior parte delas na verdade os temia. Não tinham direito a argumentação, opinião, pensamento crítico e quando infringiam as regras eram severamente punidos, fisicamente e algumas vezes humilhados. O consumismo era menor e mais restrito a uma pequena parte da população, o acesso as "coisas" era muito difícil, aliás havia muita privação. Era comum famílias com dez filhos, que dividiam o pouco que tinham, desde vestimenta à alimentação. As mulheres não recebiam o devido valor, tinham seus deveres muito claros, porém pouquíssimos direitos. Eram sujeitadas aos desejos dos homens. Desconheciam o prazer sexual e faziam sexo contra a própria vontade (o que hoje é entendido como estupro).
Ainda hoje estamos vivendo a transição entre "aquela época" e a modernidade e por isso encontramos de tudo um pouco, o conservadorismo extremo em algumas pessoas que não aceitam nem mesmo mudanças para melhor, ou no outro extremo pessoas que ignoram a sabedoria adquirida ao longo da história.


Sendo assim, há quem viva somente relacionamentos líquidos, efêmeros e passageiros, em que opta-se pela separação ao primeiro problema que o casal se depara, reina a intolerância com os defeitos e dificuldades do outro, passando a procurar uma perfeição que não existe. Não havendo tempo hábil para alcançar intimidade, admiração e respeito. Há pais que em busca de não repetir a educação extremamente rígida a que foram submetidos, são permissivos demais e hoje estão sob a tirania dos próprios filhos. O verbo "ter" sendo muito mais importante na vida do que "ser", o valor de uma pessoa sendo mensurado por suas posses, status e poder. A busca sem fim pelo acúmulo de dinheiro. A mulher que acredita que todo o seu valor se resume em ser bonita, utiliza disso para conseguir o que quer. Repetir comportamentos masculinos que condenava como promiscuidade, infidelidade, tratar o sexo oposto apenas como objeto de desejo.

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Há quem viva o equilíbrio entre as diferentes épocas, o chamado "meio termo". Casais que se relacionam em condições de igualdade, estão juntos porque se admiram e se gostam, não porque a separação seja inviável por questões financeiras. Pais que estabelecem com os filhos uma relação de respeito e não medo, de amor, carinho, atenção e sabem que hoje uma criança não se satisfaz com uma resposta como "não, porque eu não quero", eles querem saber o porque das coisas. O ser humano sendo dono do seu dinheiro e não o dinheiro governando a vida do homem. Por fim, a mulher que é independente, mas não tem a pretensão de ser auto suficiente, procura não mais um provedor e sim um companheiro.

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